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Na França, querem regulamentar produtos a vencer. E aqui?


Na França, deputado quer impedir supermercados de jogar fora seus produtos não vendidos e vencidos ou a vencer, com condições de aproveitamento.

Esta talvez seja uma discussão em que nós já deveríamos propor e atuar institucionalmente.

O deputado Guilhaume Garot remete ao governo seu relatório de desperdício alimentar. Ele quer impedir os supermercados de jogar fora seus produtos não vendidos, com data de validade vencida ou a vencer, ainda em condições de aproveitamento, mas isso inspira temor nas associações.

No seu ponto de vista, os supermercados deveriam ser proibidos de jogar fora produtos vencidos, que hoje são inutilizados com água sanitária, prática comum atualmente para evitar o reaproveitamento destes produtos, a ingestão de produtos vencidos jogados no lixo, e, obrigar os supermercados a vendê-los com desconto ou doá-los às associações ou organizações que os solicitem, para aproveitamento imediato. Como argumento, alimentos jogados fora quando a dois passos alguém passa fome é considerado um escândalo.

Na França, 7 milhões de toneladas são jogadas fora, ao longo da cadeia de distribuição alimentar e, apesar dos supermercados estarem na ponta desta cadeia, são muitas vezes apontadas pela responsabilidade.

As associações estão desconfiadas de qualquer “obrigação de dar”, argumentando que, obrigando 1000 supermercados da França a doar seus excedentes, você terá como consequência uma pilha de produtos para procurar, classificar (triagem), armazenar, distribuir, enfim, toda a operação e logística resultantes desta medida, que também deveria se normatizada... Não são portanto a favor da exigência, da obrigação.

Para os supermercados, há o argumento que eles já fazem ações neste sentido, como, por exemplo, a baixa de preços próxima à data de validade, ou doações, e que eles representam apenas 5% dos resíduos de alimentos. Os produtos não vendidos e vencidos ou a vencer não seriam a solução para os desperdícios de alimentos, apenas uma ajuda para dar comida a pessoas que deveriam ser apoiadas em outros aspectos de sua vida.

Será que para o Brasil, onde as desigualdades são maiores e a fome é uma realidade de muitos, seria interessante também iniciar esta discussão de forma que fosse permitida alguma ação mais flexível neste sentido?

Fonte da notícia da França: http://lexpansion.lexpress.fr/actualite-economique/gaspillage-alimentaire-pourquoi-obliger-les-supermarches-a-donner-ne-resoud-rien_1670961.html

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