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Aprendendo com o novo conceito de supermercado Lidl


Em postagem recente já falei do novo conceito da Aldi (vide nas postagens anteriores), agora, vamos entender um pouco mais do novo conceito da Lidl, empresa que já conta com mais de 10.000 lojas em 28 países e é líder do Hard Discount em vários, como na França.

Neste novo conceito, que a Lidl já está trabalhando há mais de quatro anos, há uma leve mudança de marketing estratégico, no seu público alvo, na busca de consumidores com maior poder de compra, caminhando em direção a um formato mais parecido com o de supermercado convencional.

Em um momento que vemos a expansão de lojas menores, ela está quase duplicando sua área de vendas (de 700 a 900 m2 para pouco mais de 1.400 m2) e aumentando sua linha de produtos em 15 %, passando de 1.400 para 1.600 itens. Portanto, a área duplica mas a linha não, o que indica que a empresa está investindo em outros conceitos.

São lojas mais funcionais, elegantes e acolhedoras, com uma nova concepção de espaços, onde tudo é otimizado para os clientes, as entregas e os funcionários, com layout que oferece uma experiência de compras e um tráfego agradável, com uma apresentação de vendas mais clara, mais fácil identificação do produto, com circulação otimizada e checkout permitem que os clientes economizem muito tempo. As lojas mais espaçosas (com corredores mais largos), mais iluminadas (usando muito a iluminação natural), mais funcionais, respondendo aos desejos atuais de sustentabilidade, e, neste caso, além do mais, produzem economias que contribuem e aumentam sua eficiência no sentido de poder oferecer preços baixos.

Neste foco de sustentabilidade se destacam: • Gestão zero desperdício com triagem seletiva. Não há lixo na loja, tudo vai para o centro de triagem e compostagem (reciclagem de lixo orgânico, transformando-o em húmus, um material muito rico em nutrientes, utilizado para fertilizar o solo; a compostagem também ajuda a redução do aquecimento global, pois se fosse para lixões, liberaria gás metano, importante causador do efeito estufa). • Monitoramento permanente e gestão inteligente do consumo de energia da loja. • Alto isolamento de janelas de vidro. • Iluminação natural priorizada, muito vidro nas fachadas. • Lâmpadas 100% de LED. • Recuperação de calor, incluindo através de instalações de refrigeração. • Recuperação de água. • Estações de carregamento elétrico para carros e bicicletas. • Piso do estacionamento permeável. • Área de jardins com plantas e árvores nos estacionamentos. • Câmaras mais modernas reduzindo a perda de frio e aumentando a economia. • Painéis fotovoltaicos no teto. • Priorização de produtos locais.

Além destas ações de funcionalidade, produtividade e economia, as lojas tem folha de pessoal reduzida, apenas 25 funcionários em média (para lojas que funcionam de segunda a sábado, das 8:30 às 20:00 horas, que possuem menos de 15 checkouts), e, uma linha de produtos 90% marca própria, que permite vende-los com qualidade aliada a baixo preço.

Nem tudo são flores, como toda empresa focada em redução de custos e preços, há muitas críticas relacionadas com o tratamento do seu pessoal, seus empregados.

Verifica-se que várias ações aqui tomadas já podem ser consideradas tendências (como corredores mais largos, layout que facilita a operação e otimiza o tempo dos clientes, tamanho de loja), e outras, como ações de sustentabilidade, que, podemos reconhecer, estão um passo (bem largo) à frente de nós, colhendo simpatia dos clientes pelas ações e economia significativa operacional.

Vemos também que os supermercados lá estão já com planejamento adiantado de mudança e adaptação de conceitos, e, esta é outra lição que devemos analisar com carinho e ter a coragem de já pensar, discutir e planejar mudanças, para se preparar agora a um mundo e consumidores que já estão mudando rapidamente.


Alain Winandy. Direitos Reservados. www.cienciadovarejo.com.br

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Fonte foto início: https://actu.fr/ - ©AUDD Architecture

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