Déjà vu: o consumo no Brasil não será mais o mesmo.
Durante os anos de inflação, até meados da década de 90, ter um freezer em casa era essencial: comprar os produtos perecíveis logo que recebia o dinheiro, ou nas promoções, para não pagar mais caro em sua reposição.
Mesmo após a baixa repentina dos índices inflacionários, ainda nos anos 90, o freezer ainda foi mantido algum tempo, por costume, mas, os gastos com energia elétrica levaram ao seu desligamento da tomada e, surpresa: havia vida sem freezer.
Acabo de ver no Jornal as quedas de vendas em relação ao ano anterior, (da maior queda para o menor): móveis e eletrodomésticos, livros/jornais/revistas, vestuário e calçados, combustíveis, equipamentos/material para escritório/informática, Hipermercados / supermercados / alimentos/bebidas (até eles)...
Muitos consumidores vão perceber que há vida mesmo se não trocar seu smartfone pelo último modelo, ou sua TV, ou seu vestiário...
Isso implica que, mesmo superando a crise, os hábitos de consumo nunca mais serão os mesmos.
Ah, mas haverá consumo represado, que, quando liberado, vai refletir em um Tsunami de consumo, dirão alguns.
Não podemos esquecer que Tusnamis atingem apenas as costas (no Brasil, um Tsunami afetaria cidades importantes, como Rio de Janeiro, por exemplo, mas, não afetaria sua maior cidade, São Paulo); também não podemos esquecer que, na inclusão que vimos recentemente no consumo, muitos se atolaram em dividas que agora não conseguem pagar.
Se o consumo é a força motora do capitalismo, do crescimento do PIB, dos empregos, da prosperidade, como muitos acreditam, temos que resolver mais esta equação, além de superar a crise: como baratear os produtos e serviços!
Sair da crise passa por isso.